quarta-feira, 27 de junho de 2012

Comida que Emagrece


Dieta que é sucesso nos EUA propõe perda de peso com cardápio sem limite de quantidade nem de calorias; segredo é somar nutrientes e abusar de saladas, grãos e frutas.
O médico norte-americano Joel Fuhrman está fazendo um enorme sucesso com uma promessa tão manjada quanto o alto valor calórico de um cheeseburguer (300 calorias): emagreça comendo.
Mas calma.  Nem ele está propondo um vale-tudo nem os seus seguidores são tão ingênuos a ponto de deixar o livro com seu programa de emagrecimento há 48 semanas na lista dos mais vendidos dos Estados Unidos.
Em "Eat to Live" (ed. Little Brown, sem edição no Brasil), Fuhrman argumenta que a pessoa pode emagrecer se comer o quanto quiser - mas não o que quiser.  Esqueça o cheeseburger.
Ele propõe, em seu livro, uma mudança de foco na vida de quem faz regime: em vez de se preocupar com calorias, pensar na qualidade da comida.  Em vez de temer carboidratos, fugir dos alimentos refinados e industrializados.  E nunca viajar na proteína animal.
A base de sua dieta é o que ele chama de densidade de nutrientes.  Alimentos com uma alta concentração de vitaminas, sais minerais, fibras e substâncias antioxidantes fazem, segundo ele, a pessoa emagrecer sem passar fome.
Colocando em pratos limpos: coma salada, salada e mais salada, um bom punhado de leguminosas (feijões e lentilha), muita fruta fresca, apenas cereais integrais e...bom, praticamente só isso.

Nutrigenômica

Pode parecer que não há nada de novo em falar que a pessoa emagrece comendo (quase) só salada, mas Fuhrman montou sua dieta baseada na área mais nova da nutrição, a nutrigenômica.
"Estudos recentes mostram que os fitoquímicos (substâncias presentes em vegetais) atuam no DNA das células e estimulam a queima de gordura", diz a nutricionista Flavia Cyper.
O médico americano também contrapõe sua dieta ao estilo de alimentação moderno, caracterizado pelo consumo excessivo de alimentos industrializados.  E não poupa nem os produtos "light".
Segundo ele, além de os processos industriais como refinamento e pasteurização diminuirem o teor de nutrientes dos alimentos, os corantes, conservantes e espessantes usados jogam contra o processo de emagrecimento.
"Esses produtos químicos fazem o organismo produzir mais substâncias inflamatórias, que criam depósitos de gordura no corpo.  E também aumentam a sensação de fome - é o que eu chamo de "fome tóxica", disse Fuhrman à Folha.
O nutrólogo Hélio Osmo, consultor da Abiad (associação que reúne produtores de alimentos diet e light), concorda que o consumo indiscriminado desses produtos deve ser revisto: "Eles contêm vários aditivos químicos e ainda não sabemos até que ponto podem afetar a saúde".
"Não existem estudos independentes comprovando que comida rica em micronutrientes tira a fome",  afirma o endocrinologista Alfredo Halpern, da USP.
A pesquisa usada por Fuhrman para comprovar sua teoria de fome tóxica foi feita pela internet, com cerca de 700 usuários de seu site (www.drfuhrman.com).
Para Halpern, o lado bom do programa de Fuhrman é a proposta de uma alimentação saudável.  "Se a pessoa passar a comer melhor, ótimo.  Consumir mais orgânicos e alimentos frescos também é bom, têm muitos 'químicos' por aí.  Mas não há garantia de que ela vá emagrecer, muito menos ter uma grande perda de peso em pouco tempo", diz ele.

Leite e Carne

Outro ponto polêmico da dieta é a restrição ao consumo de leite e derivados e de carnes.  Quem quiser seguir o seu programa de seis semanas - que, afirma o médico, leva à perda de cerca de dez quilos - tem que cortar totalmente esses alimentos.
"A pessoa não pode e não deve eliminar a carne se quiser ter uma alimentação equilibrada, porque ela fornece proteínas mais completas do que as encontradas nos vegetais", afirma o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
O leite também não pode ser simplesmente trocado por verduras para suprir as necessidades de cálcio, segundo Ribas Filho.
"Claro que há vegetais ricos em cálcio, mas a biodisponibilidade [taxa de absorção pelo corpo] do mineral é muito menor do que a do leite.  Para obter a quantidade necessária, você precisaria comer 500 gramas de  verdura por dia".
Pois é justamente isso que Fuhrman propõe.

Segue tabela de escore nutricional.  A densidade de nutrientes dos alimentos segundo uma escala de 100 (altamente nutritivos) a zero (calorias vazias) criada pelo médico Joel Fuhrman e as quantidades recomendadas em sua dieta.


100 - Vegetais Folhosos  Acelga, Agrião, Couve, Espinafre, Mostarda, Rúcula                                 
 97- Hortaliças Verdes: Ervilha, Repolho, Vagem, Alface Romana, Aspargo, Brócolis, Couve  
PODEM SER CONSUMIDOS ILIMITADAMENTE (os dois ítens acima); a meta é comer 500g/dia                                                     
                      
50 - Hortaliças Coloridas: Alcachofra, Beterraba, Berinjela, Broto de Feijão, Cebola, Cenoura, Cogumelos, Couve-flor, Pimentão, Radicchio, Raiz-forte, Tomate
CONSUMO de 1 e meia a 2 xícaras por dia
                 
48- Grãos/Leguminosas: Grão-de-bico, Feijão-azuki, Feijão-fradinho, Lentilha, Feijão-preto
CONSUMO de 1 xícara/dia
45 - Frutas: Abacaxi, Ameixa, Banana, Cereja, Framboesa, Kiwi, Laranja, Maçã, Melão, Mirtilo, Morango, Pêssego, Pera e Uva
QUATRO porções por dia
                              

35- Vegetais Ricos em Amido: Abóbora, Batata-doce, Milho e Nabo
NO MÁXIMO 1 xícara por dia


22-  Cereais Integrais e Batata: Arroz integral, Arroz selvagem, Aveia, Batata-inglesa, Cevada, Macarrão integral, Pão, Quinoa
CONSUMIR 1 xícara por dia, substituindo vegetais com amido
                                                     

20- Nozes e Sementes: Amêndoa, Avelã, Castanha de caju, Gergelim, Linhaça, Noz-pecã, Pistache, Semente de abóbora, Semente de Girassol.
CONSUMIR 1 colher (sopa) de linhaça + 30g de nozes por dia

15- Peixes: Linguado, Pescada branca, Sardinha, Tilápia
NO MÁXIMO 2 vezes por semana


13- Laticínios Magros: Leite desnatado, Ricota, Queijo branco light - PROIBIDO nas 6 semanas iniciais
11- Proteína Animal: Aves, Ovo - 1 ovo por semana; aves PROIBIDAS nas 6 semanas iniciais.
  9- Carne Vermelha: Bovina, Suína - PROIBIDOS nas 6 semanas iniciais
  8- Laticínios Integrais: Leite e Iogurte sem redução de gordura - PROIBIDO.
  3- Queijos Amarelos: Mussarela, Emmenthal, Queijo Prato - PROIBIDO
  2- Cereais Refinados: Arroz branco e Farinha de trigo refinada - PROIBIDO
  1- Óleos Refinados: Girassol, Milho, Soja - PROIBIDO
  0- Doces: Açúcar branco e doces com farinha e açúcar refinados - PROIBIDO

'Comida industrializada é vício, traz sintomas de abstinência'

O clínico geral Joel Fuhrman é o novo "superstar" do emagrecimento no país que é símbolo da epidemia da obesidade.  Além de manter um livro há mais de um ano na lista de mais vendidos do jornal "New York Times", tem um site para orientação a pacientes e venda de produtos dietéticos e uma clínica em Nova Jersey (EUA).
Ele afirma que o sucesso da sua dieta está mais ligado à prevenção de doenças do que à perda de peso em si - embora não deixe de ressaltar a eficácia do método para eliminar muitos quilos em pouco tempo sem passar fome.
Em entrevista à Folha, ele explica como isso é possível.

Folha - O sr. afirma que a pessoa pode comer o quanto quiser e perder peso.  como isso acontece?
Joel Fuhrman - Com o tipo de alimentação que proponho, as necessidades de micronutrientes do corpo são atendidas, então, a pessoa naturalmente vai querer comer só o que realmente precisa.  É uma dieta que muda a percepção da fome.
Comida industrializada não é saudável.  É um vício que resulta em sintomas de abstinência quando você fica um tempo sem comê-la.  É o que chamo de fome tóxica.

Sua dieta é baseada em evidências científicas?
Tenho milhares de clientes que perderam quase 50 quilos e não engordaram novamente.  Minha pesquisa sobre fome tóxica, feita com mais de 700 usuários do meu site, foi publicada no periódico "Nutrition".
E meus clientes não só emagrecem, como também resolvem problemas de pressão alta, diabetes, enxaqueca e reduzem o risco de ter câncer.

Sua dieta promete a perda de dez quilos em seis semanas.  Não é muito rápido?
Não há problema em perder peso rapidamente se isso acontece com o consumo adequado de micronutrientes.  Na verdade, para algumas pessoas é mais arriscado demorar para emagrecer.
Claro, se após as seis semanas a pessoa resolve voltar à alimentação convencional, vai engordar de novo.  Mas as informações em meu livro aumentam os conhecimentos de nutrição do leitor, a maioria entende por que deve se alimentar de forma saudável.

O que distingue sua dieta de outras, como a mediterrânea?
O conceito de densidade de nutrientes é um diferencial.  Minha dieta não foi criada para ser um best-seller, mas para ser a forma mais eficaz de evitar doenças e aumentar a longevidade.
Além disso, não tem o foco na restrição calórica - mesmo assim, a compulsão para comer demais acaba quando a pessoa consome alimentos ricos em fitoquímicos.  Por isso, a sensação de insatisfação, comum em outras dietas, desaparece. 

Mas não é difícil seguir uma dieta que restringe vários grupos de alimentos?
Sinceramente, acho que as pessoas têm o direito de comer o que quiserem.  Se querem uma alimentação que causa doenças, vão achar meu programa muito restritivo.  O estilo de alimentação saudável não é muito popular, mas, quando as pessoas recebem informações certas, percebem seus benefícios e passam a gostar mais desse tipo de comida, por se sentirem melhores, mais leves.
É mais gostoso comer pratos, que além de tudo, são intelectualmente apetitosos porque você sabe que irão contribuir para a sua saúde a longo prazo.

EAT TO LIVE
Joel Fuhrman 
Editora Brown, Little book group
R$ 16,46 na Amazon (www.amazon.com)

Matéria retirada da "Folha de São Paulo" - caderno Equilíbrio do dia 26 de junho de 2012


A ideia do Dr. Joel com relação ao planejamento alimentar é muitíssimo interessante.  O mais interessante é cada pessoa avaliar suas necessidades diárias e experimentar com muita parcimônia a restrição de alguns alimentos. O que devemos nos ater nessa dieta específica é que, não deixa de ser saudável em muitos aspectos, principalmente porque abandonaremos de vez os industrializados, o que com certeza trará enormes benefícios à nossa saúde. 
É muito provável que ocorra perda de peso com essa dieta, mas restrições alimentares severas são difíceis de serem seguidas por muito tempo e o seu abandono costuma ser precoce, assim como a recuperação do peso. Estudos mostram que 85% das pessoas que abandonaram dietas muito restritivas voltaram ao seu peso em até 2 anos. O peso corporal é resultante da relação entre a ingestão de energia e o gasto energético, ou seja, só é possível emagrecer se o consumo de calorias for menor de que o gasto de energia. A eficiência com que cada organismo converte a energia dos alimentos em reserva de energia está sujeita a variações individuais, o que pode explicar a predisposição ou resistência a ganho ou a perda de peso.
Mas, se literalmente, colocarmos na balança, entre ter uma vida saudável e comer-se apenas por prazer, pois sem dúvida alguma, os industrializados são deliciosos, não teremos dúvidas: A nossa saúde sempre deve ser colocada em primeiríssimo lugar.



* Dra. Maria José Zanella
Conforme dados do Ministério da Saúde (no Guia Alimentar para a População Brasileira, em 2005), até 260 mil mortes anuais poderiam ser evitadas se o brasileiro tivesse uma alimentação equilibrada. Uma dieta equilibrada pode ser obtida mediante uma alimentação variada, em quantidades adequadas e deve proporcionar os nutrientes necessários para atender às necessidades do organismo. Assim, qualquer recomendação nutricional deve respeitar essas necessidades nutricionais individuais e, cabe aos profissionais de saúde, a veiculação de orientações que permitam à população a seleção adequada de alimentos, tanto em quantidade como em qualidade, em qualquer fase da vida, porque estas exercem um papel fundamental na promoção à saúde e no tratamento de doenças.


* DRA. MARIA JOSÉ ZANELLA
Médica Endocrinologista do Serviço de Endocrinologia do Hospital São Lucas da PUCRS.
Professora Assistente de Endocrinologia da FAMED - PUCRS.







quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aditivos Alimentares: segurança ou perigo?







Minúsculas quantidades de produtos químicos são acrescentadas às coisas que comemos por questões de segurança ou para melhorar a aparência ou prolongar a validade dos alimentos de conserva.  Mas, atualmente, esses produtos químicos são motivo de preocupação.  No mundo ocidental, 75% a 80% dos alimentos consumidos pelas pessoas foram sujeitos a processamentos.  Hoje, ingerem-se dez vezes mais aditivos alimentares do que há 30 anos,  Os consumidores devem saber o que são esses produtos, o que fazem, se são inócuos ou se devem ser evitados.
A definição internacionalmente aceita para "aditivo alimentar" é a seguinte: "Toda substância, tenha ou não valor nutritivo, que por si mesma não é normalmente gênero alimentício nem ingrediente característico de um gênero alimentício, mas cuja adição intencional, com finalidade tecnológica ou organoléptica, em qualquer fase de obtenção, tratamento, acondicionamento, transporte ou armazenagem de um gênero alimentício, tem como consequência quer a sua incorporação nesse gênero - ou a presença de um derivado seu -, quer a modificação de características desse gênero alimentício.
Os aditivos alimentares não são compostos químicos que possam ser escolhidos arbitrariamente para uso indiscriminado e descontrolado nos gêneros alimentícios.  Existem critérios, condições e também razões ou justificativas para seu uso.  As indústrias utilizadoras e as entidades estatais diretamente responsáveis por essa matéria devem nortear sua ação por critérios rigorosos, consolidados nas respectivas legislações em vigor.
O emprego de aditivos alimentares só se justifica desde que não constitua qualquer perigo para a saúde do consumidor e quando não se podem atingir, por meios práticos e economicamente viáveis, um ou vários dos objetivos a seguir:
> conservar as qualidades nutritivas dos alimentos;
> fornecer ingredientes ou constituintes necessários aos produtos alimentares destinados a fins especiais (alimentos dietéticos);
> aumentar a conservação ou a estabilidade dos alimentos do ponto de vista higiênico;
> auxiliar ou melhorar o fabrico, a transformação, a preparação, a embalagem, o transporte ou a armazenagem dos alimentos, desde que a utilização dos aditivos não se destine a disfarçar a incorporação de matérias primas defeituosas ou práticas indesejáveis, sobretudo aquelas que possam contrariar a higiene.

Categorias de aditivos alimentares
Os aditivos alimentares são muitas vezes classificados em três grandes grupos:
> aditivos com ação conservante, destinados a manter "frescura" dos gêneros alimentícios;
> aditivos sensoriais, que modificam ou realçam as características organolépticas;
> aditivos que facilitam certas operações industriais de processamento e fabrico.

Um bem ou um mal?
Apenas algumas pessoas têm reações desagradáveis aos aditivos alimentares.  Para essas poucas, descobrir e aprender a evitar os ingredientes a que são alérgicas pode significar um grande alívio para os alarmantes ataques de asma ou o aflitivo prurido (coceira) de uma erupção cutânea.  Esses são os piores efeitos dos aditivos, pelo menos a curto prazo.  Outros efeitos nocivos podem ser febre, visão enevoada, rinite alérgica, perturbações do estômago, náuseas, tonturas, dores de cabeça e palpitações.  As pessoas que sofrem desses males têm deficiências no metabolismo.  Portanto, pelo sim ou pelo não, quanto mais pudermos evitar alimentos super processados, melhor resultado terá a nossa boa alimentação.
Segue uma tabela em que determinados aditivos prejudicam a saúde devido ao uso indiscriminado de alimentos processados:



ADITIVO
Problema causado
FosfolipídeosColesterol e arteriosclerose
AromatizantesAlergias, crescimento retardado e câncer
SacarinaCâncer
Nitritos e nitratosCâncer no estômago e esôfago 
Acido benzóico, polissorbados e umectantesAlergias e disturbios gastrointestinais
Ácido fosfóricoCálculo na bexiga
Dioxido de enxofreRedução do nível de vitamina B 1 e mutações genéticas
CorantesAnemia, alergias e toxicidade sobre fetos, podendo nascer crianças com malformações
Ácido acético Cirrose hepática, descalcificação de ossos
BHT e BHATóxicos aos rins e fígado, e interfere na reprodução
EDTAAnemia e descalcificação
CarameloConvulsões quando preparado em desacordo

Se você se preocupa com os aditivos por causa das divergências sobre os perigos ou possíveis efeitos cumulativos a longo prazo, adapte seus hábitos alimentares de forma a evitá-los.  Coma mais alimentos frescos e evite os alimentos processados, para reduzir a absorção de aditivos.  Lembre-se de que os alimentos sem conservantes são mais susceptíveis de contaminação bacteriana.  São necessários cuidados adicionais para guardar e cozinhar esses alimentos, para se evitar a intoxicação alimentar.
As listas de ingredientes dos rótulos dos alimentos processados constituem um importante meio de evitarmos os aditivos.  Anote os números de código e os nomes das substâncias que pretende evitar e leve as anotações quando for às compras.  Será preciso algum tempo para organizar a sua própria lista de produtos aceitáveis.  Mas, o importante é conhecer bem a respeito de si e dos produtos que consome normalmente, no que diz respeito aos aditivos.
Esse tema é bem vasto e quanto mais informações obtivermos, através da ANVISA ou outros órgãos internacionais reguladores, como o Codex Alimentarius da FAO e da OMS sobre legislação e uso dos aditivos no processamento de alimentos, muito ganharemos em saúde e longevidade.


Fonte: Dicionário de Medicina Natural - Readers Digest


terça-feira, 12 de junho de 2012

Rotulagem e Dietas



Ler rótulos de alimentos pode ser mais eficaz para perder peso do que fazer exercícios.  Pelo menos é o que diz uma pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
O estudo avaliou 12 mil americanos nascidos entre 1957 e 1964.  Entre os participantes, 25% praticavam atividade física e 50% tinham o hábito de ler rótulos.
O resultado é que os que liam as embalagens emagreceram mais do que aqueles que faziam atividade física, mas não estavam atentos às informações sobre alimentos. (Cabe aqui uma explicação: pessoas que faziam atividades físicas com a finalidade apenas de perder peso).
Mulheres de 37 a 50 anos foram as que tiveram os melhores resultados.  O trabalho foi publicado na edição de setembro de 2011 do "The Journal Of Consumers Affairs".
Segundo especialistas, a "dieta do rótulo" funciona mesmo.  "Saber o que estamos comendo faz a diferença.  Pessoas bem informadas comem melhor", diz o médico nutrólogo Fabio Ancona Lopez, professor da Unifesp.
O rótulo só vai fazer a diferença, porém, se a pessoa souber interpretá-lo.
O que não é nada simples, de acordo com a endocrinologista Rosana Radominski membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
"Embalagens não são autoexplicativas.  É preciso saber o que cada nutriente quer dizer e, às vezes, fazer alguns cálculos."
Sabendo interpretar, dá para comparar produtos parecidos e escolher aquele que contém os melhores valores nutricionais.
"Entre um biscoito recheado e outro, podemos optar pelo que tem mais fibras e menos gordura saturada, por exemplo", diz a nutricionista Sílvia Martinez, especialista em rotulagem de alimentos.

Além das Calorias
Qual a primeira coisa que reparamos no rótulo? As calorias, claro.  Para Martinez há outras informações tão ou mais importantes.
Uma delas é denominação de venda - a descrição fiel do que é o produto, que fica no pé da embalagem.  Assim, você compra hambúrger, sem ler que trata-se de carne bovina misturada a carne suína.  "Reparamos só no nome comercial, compramos uma coisa por outra."
Depois disso, a nutricionista Alexandra Tavares de Melo, uma das responsáveis pela atualização do Banco de Dados da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, recomenda olhar a quantidade de fibras e de sódio.
"Nosso consumo de fibras é baixo e o de sódio é muito alto, principalmente se a pessoa ingerir muitos alimentos industrializados."
Outro ponto importante é a quantidade de gorduras totais e trans.  Muitos alimentos diet, sem açúcar, têm mais gordura.  Por outro lado, os light, com baixo teor de gordura, às vezes exageram na quantidade de açúcares e carboidratos.
De acordo com a nutricionista Mônica Beyruti, da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), não reparar no teor de gordura pode fazer com que a pessoa caia em armadilhas.
"O requeijão light tem mais gordura do que a maionese light, rica em gorduras poli-insaturadas, que são mais saudáveis."

Qual é a porção?
Para todos os cálculos, é essencial considerar o fracionamento que o fabricante estabeleceu para elaborar a tabela.
"Essa informação é a que mais confunde.  A porção é diferente para cada alimento e é preciso fazer contas para comparar um com outro."  Afirma Lopez.

Dieta de Papel
Entenda os termos que aparecem nos rótulos

Fonte: Anvisa - http://www.anvisa.gov.br/alimentos/rotulos/guia_bolso.pdf



Valor Energético: Quantifica, em calorias, quanto de energia o alimento oferece.

Carboidratos: É a soma de amidos e açúcares.  O ideal é que as quantidades sejam discriminadas, mas na maioria dos rótulos não há uma divisão.
Proteína: Fonte de energia e função construtora.
Gorduras Totais: É o total de gorduras entre poli-insaturadas, saturadas e trans.  Para saber a quantidade de gordura poli-insaturada, é preciso subtrair a gordura saturada e a trans.
Gorduras saturadas e trans:  Quanto menos tiver, melhor.  Atenção aos produtos diet, que têm menos açúcar, mas costumam ter mais gordura.
Fibra Alimentar:  Atua na regulação do funcionamento intestinal.  Associada à diminuição do risco de diabetes tipo 2.
Sódio: O consumo em excesso está associado com o aumento do risco de hipertensão, problemas cardíacos e renais.  Não existe apenas em produtos salgados.

Quanto se pode comer por dia


Gorduras trans e saturadas          Fibra Alimentar                    Sódio                       Idade                                                    
Nada ou mínimo possível           19 a 25 gramas                 1 a 1,2 gramas         Crianças de 1 a 8 anos
Proteínas                                    31 a 38 gramas               1,2 a 1,5 gramas         Homens Adultos
0,8 gramas por quilo de peso      21 a 26 gramas               1,2 a 1,5 gramas        Mulheres Adultas 

Em 2003 foi publicada a Resolução - RDC 360 estabelecendo que todos os rótulos de alimentos deveriam apresentar uma tabela com a composição nutricional e a contribuição de cada nutriente, com base numa porção individual de referência para a dieta do consumidor. 
A medida foi parte das ações propostas pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de orientar a população a consumir produtos que proporcionem uma alimentação saudável, considerando que a rotulagem nutricional facilita ao consumidor conhecer as propriedades nutricionais dos alimentos, contribuindo para um consumo adequado dos mesmos.
De lá para cá, os rótulos de todos os produtos passaram a apresentar uma tabela nutricional onde são declarados os seguintes nutrientes: valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio. Os valores são apresentados por porção recomendada do produto para que seja mais fácil para o consumidor avaliar o quanto está ingerindo de cada nutriente e também para que comparações entre produtos possam ser feitas.
A medida foi considerada uma grande conquista do consumidor, já que até então poucos eram os produtos que mencionavam em seus rótulos informações nutricionais básicas, muito importantes para quem preza boa alimentação e saúde. Além do direito à informação, o propósito dessa medida do Ministério da Saúde foi incentivar a sociedade a discutir mais o tema alimentação saudável e, com isso, diminuir os números assustadores de doenças relacionadas aos maus hábitos alimentares como é o caso da obesidade, doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer, entre outras.


Aprendendo a analisar um rótulo

O consumidor deve ficar atento para essas medidas já aprovadas e para algumas informações que às vezes passam despercebidas, mas que são muito importantes.
Por exemplo, você sabia que os ingredientes contidos no alimento ou bebida devem ser listados em ordem decrescente de acordo com a quantidade?
Observando a lista de ingredientes contida no rótulo dá para saber qual deles predomina no alimento, já que o primeiro da lista é o que está em maior quantidade.
Outra pergunta, você sabe definir termos como valor energético, gorduras trans, saturada, VD (valor diário de referência) entre outros, presentes nos rótulos de alimentos e bebidas?
O que nós queremos chamar atenção com este artigo é o papel que a indústria e o consumidor desempenham em toda essa questão complexa e delicada que é a rotulagem de alimentos. O papel da indústria é mais amplo, cabendo a ela assegurar nos rótulos informações corretas, claras, precisas, idôneas e em língua portuguesa sobre as características, qualidades, quantidades, composição, garantia do prazo de validade e origem do alimento ou bebida em questão.
Por outro lado, ao consumidor cabe a responsabilidade de buscar informações no sentido de interpretar corretamente esses rótulos e com isso não ficar totalmente ignorante ao que está ingerindo no seu dia-a-dia. O consumidor bem informado é aquele que está atento, não se deixa enganar e sabe, com certeza, escolher o melhor para ele quando o assunto é saúde.
 
Data de validade 

Deve estar legível e deve constar pelo menos o mês e o ano para aqueles produtos que tenham duração mínima superior a três meses. É importante lembrar que nos rótulos de alimentos que exijam condições especiais para sua conservação, deve ser incluída uma legenda indicando as precauções necessárias para manter suas características normais, devendo ser indicadas as temperaturas máxima e mínima para a conservação do alimento (antes e após aberto). O consumidor deve também ter cuidado com alimentos em promoção; geralmente são produtos com validade próxima ao vencimento ou com embalagens em condições impróprias para o consumo.

Lista de ingredientes 

Como já dissemos, todos os ingredientes devem constar em ordem decrescente, da respectiva proporção. Essa informação é muito importante para que o consumidor avalie exatamente o que está ingerindo em maior quantidade. É comum observar em certos rótulos a presença da sacarose (açúcar) e de certos óleos e gorduras como os primeiros ingredientes da lista, em alimentos onde imaginávamos uma pequena quantidade dos mesmos. Fique atento!
Outro ponto importante é saber observar na lista de ingredientes a presença de aditivos químicos, nem sempre saudáveis. Esses aditivos alimentares são declarados depois dos ingredientes e cada um apresenta uma função específica no alimento ou bebida. Veja a seguir alguns dos possíveis aditivos que podem estar presentes na composição do produto: agentes de massa, espumante e antiespumante, umectante e antiumectante, antioxidante, corante, conservante, edulcorante, espessante, geleificante, estabilizante, aromatizante, regulador de acidez, acidulante, emulsionante/emulsificante, melhorador de farinha, realçador de sabor, fermento químico, glaceante, agente de firmeza, sequestrante e estabilizante de cor.
Toda essa infinidade de aditivos muitas vezes está descrita nos rótulos sob a forma de código e/ou letras microscópicas, quase imperceptíveis a olho nu. Observe, por exemplo, a lateral enrugada da tampinha de certos refrigerantes e sucos de frutas; elas apresentam códigos que nada mais são aditivos químicos que o fabricante achou conveniente disfarçá-los. Além da dificuldade de enxergar, são completamente ininteligíveis, mesmo para técnicos em alimentação, quanto mais para a população desinformada. Esse tipo de prática consolida e agrava a ignorância pública sobre alimentação e nutrição.
Alguns fabricantes de alimentos e bebidas abusam de tal forma dos aditivos que acabam conseguindo transformar seus produtos em puras misturas químicas. Muitas vezes eles utilizam nos rótulos termos tais como "100% natural", "possui 2% de polpa de fruta natural", entre outros, confundindo o consumidor que acaba acreditando que o produto é natural, quando na realidade não passa de uma mistura artificial, rica em açúcar e aditivos químicos. É o caso, por exemplo, de certas misturas para sucos que utilizam aromatizantes e corantes artificiais, acidulantes, entre outros em sua composição.
Essas substâncias em excesso podem causar sérios prejuízos à saúde, além de simples reações alérgicas. Por isso, todo cuidado é pouco. Procure dar preferência a alimentos mais naturais, sem a presença desses aditivos.

Entenda o VD 

VD significa Valor Diário, ou seja, é o número em percentual que indica o quanto um alimento possui de energia e nutrientes em relação a uma dieta de 2.000 kcal. Para cada nutriente temos um valor diário diferente, que indica a quantidade do nutriente que a população deve consumir para ter uma alimentação saudável. As bases para a declaração de nutrientes são os valores recomendados para adultos, considerando-se um consumo diário de energia de 2.000 kcal. Dessa forma, por exemplo, um pão integral que possui 100 calorias por porção (2 fatias) proporcionará 5% do VD, o que quer dizer que em uma dieta de 2000kcal, as duas fatias de pão representam 5% desse valor.

O que é valor energético. kcal, kj? 

O valor energético ou valor calórico é a quantidade de energia fornecida pelo alimento proveniente dos carboidratos, proteínas e gorduras totais. Na rotulagem nutricional o valor energético é expresso em forma de quilocalorias (kcal) e quilojoules (kj) e é geralmente obtido, multiplicando-se o valor das proteínas e carboidratos por 4 e as gorduras totais por 9.

Gorduras saturadas e trans 

São dois tipos de gorduras, que em excesso, podem causar várias doenças. Ambas estão associadas a níveis elevados de colesterol no sangue e a riscos maiores de doenças do coração, derrame cerebral e problemas circulatórios. Portanto, se um alimento apresentar teores elevados desses tipos de gorduras, fuja dele!
A porcentagem do valor diário de ingestão de gorduras trans não é declarada porque não existe requerimento para a ingestão dessas gorduras. Ou seja, não existe um valor que deva ser ingerido diariamente, uma vez que sua ingestão não é recomendada, mesmo que em quantidades mínimas.

Por que dieta baseada em 2000 kcal? 

Antigamente as tabelas nutricionais eram baseadas em uma dieta de 2500kcal, no entanto, devido ao aumento da prevalência de obesidade da população, o valor foi reduzido para 2000kcal. Esse valor foi estabelecido com base nas necessidades diárias para um adulto normal. Entretanto, deve-se entender que ele foi estipulado somente para efeito de padronização da rotulagem de alimentos, uma vez que as necessidades calóricas e de nutrientes de uma pessoa variam de acordo com sexo, atividade física, peso, idade e, consequentemente, podem ser inferiores ou superiores ao valor estipulado como referência. 
OBS.: verifique que o que está grifado, significa para um adulto saudável, sem restrições dietéticas. Note também, que a quantidade de 2000 kcal não é a mesma quantidade para crianças até 8 anos de idade.

Fonte: Anvisa - http://www.anvisa.gov.br/alimentos/rotulos/guia_bolso.pdf

Fique esperto e exija seus direitos

Atualmente todos os rótulos devem estar dentro dos parâmetros exigidos pela nova resolução. Portanto, você consumidor deverá ficar atento e exigir que isso realmente seja cumprido. Se tiver dúvidas procure pelos movimentos de defesa do consumidor ou procure obter informações com a comunidade científica de alimentação e nutrição.
Não se deixe enganar por afirmações feitas em rótulos que iludem e confundem você. Veja o caso de muitos óleos e produtos vegetais que às vezes recebem a classificação de “sem colesterol”, um procedimento que jamais deveria ser permitido, porque o colesterol é encontrado somente em produtos animais e não está presente em produtos vegetais.
O mesmo vale para afirmações feitas quanto à saúde. Todas elas devem ser baseadas em evidências científicas aceitas por especialistas qualificados. Assim, antes que um fabricante possa afirmar que um produto diminui o risco de doença do coração, por exemplo, esse benefício deve ser comprovado por estudos científico
.




Fonte: Jornal "Folha de São Paulo" caderno Saúde - publicado no dia 18/09/2011
e Dra. Jocelem Mastrodi Salgado - Pesquisadora e Profª Titular em Nutrição - Esalq - USP

terça-feira, 5 de junho de 2012

Tomate



Benefícios do consumo do tomate para saúde:





Para o coração
No mundo ocidental, as doen­ças cardiovasculares são reconhecidas como a maior causa de morbilidade e mortalidade.  Apesar de fatores relacionados com a idade e a predisposição genética, a presença de hipertensão, de colesterol, de tabaco e de uma alimentação pouco saudável, associada à vida sedentária e à falta de exercícios físicos, contribuem em grande medida para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
É desta forma que os médicos apostam, acima de tudo, na prevenção. E se essa prevenção passa por controlar, através de terapêutica, a hipertensão e o colesterol, requer igualmente a adoção de hábitos de vida saudáveis, notadamente no que diz respeito à alimentação. Deste modo, o tomate tem um papel importante no que diz respeito às doenças cardiovasculares, uma vez que o licopeno é «um poderoso antioxidante», capaz de minimizar os riscos de ataques cardíacos.  O licopeno impede a oxidação do mau colesterol, o LDL, que é responsável pela formação de placas de gordura no sangue e consequente ocorrência de enfartes do miocárdio e acidentes cardiovasculares.
«Os antioxidantes são substâncias encontradas em certos alimentos (até há poucos anos os antioxidantes mais conhecidos eram a vitaminas C e E) e têm como objetivo evitar o desencadeamento de reações químicas no organismo.»
«Combatem os radicais livres que são substâncias nocivas para o organismo – causam danos nas células –, que levam ao envelhecimento precoce, ao surgimento de cancro e doenças cardiovasculares» afirma a presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas.
«Além do licopeno, o tomate é também fonte de vitamina C e de potássio, mineral importante no controlo da pressão arterial, nas contrações musculares, na saúde das artérias e na manuten­ção dos líquidos celulares.»
Um estudo de Harvard indicou que a ingestão diária do tomate, ou seus derivados, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares em 30%.
O estudo comparou mulheres que consumiam, por dia, sete ou mais alimentos cuja base era o tomate, com mulheres que só faziam uma ingestão desse fruto por semana. Ambos os grupos tinham, na altura, ausência de doença cardíaca e os fatores de risco, acima referidos, encontravam-se controlados.
A investigação demonstrou uma relação entre o aumento do consumo de licopeno, através do tomate, na alimentação e a redução no risco de doenças cardiovasculares. O que significa que, para o organismo obter a dose adequada de licopeno, deve-se aumentar a ingestão dia­ria do tomate, seja ele cru, cozido, em molho,  polpa, ou ainda melhor, o suco.

Como potencializar  a absorção do licopeno pelo organismo
Por ser um carotenóide, o licopeno é mais bem absorvido na presença de gordura. Assim, a adição de uma dose moderada de gordura monoinsaturada (como o azeite) facilita o transporte, a absorção e a ação do licopeno no organismo. Alexandra Bento sugere que, «para tornar a refeição com tomate ainda mais poderosa e saudável, devemos acrescentar um fio de azeite ao tomate, podendo ser consumido em sopa de tomate, caldeiradas ou numa simples salada» refere, acrescentando:
«Outra característica interessante é que o calor aumenta a biodisponibilidade do licopeno, ou seja, esse fitoquímico é mais bem absorvido pelo nosso organismo quando o tomate é cozido. Sendo assim, uma interessante forma de o comer é nos molhos e sopas de tomate.»
«Além disso, é importante mencionar que o processo de industrialização do tomate, para a elaboração de molhos prontos, ou outros preparados com tomate, não destrói o licopeno. Contudo, atenção na escolha, é melhor estar atento aos rótulos e escolher aqueles com menores valores de calorias e sódio.»

Outros benefícios
Estimulação da secreção gástrica e da ação depurativa do sangue e auxilia no tratamento de pele, gota, reumatismo, astenia e prisão de ventre;
Ajuda no crescimento e na ossificação, além de auxiliar contra infecções, perturbações digestivas e pulmonares;
Auxilia no tratamento contra caspa e queda de cabelos.
Passar o suco da tomate em manchas causadas pelo sol pode fazê-las desaparecer.
O licopeno, que é uma propriedade fitonutritiva do tomate, permite que ela auxilie contra doenças cardiovasculares e contra o desenvolvimento de câncer;
Os tomates são as fontes alimentares mais ricas em anticoagulantes.

Tomate cereja, Débora, Caqui, Sweet Grape... são tantas opções de tomates nos supermercados e feiras livres que a gente fica até confuso na hora de escolher! Apesar do tomate ser um fruto mais utilizado em molhos, sanduíches, pizzas e saladas, ele é muito versátil e pode integrar até drinques, como o clássico Bloody Mary. Em geral, o tomate pode ser feito assado, grelhado, em molhos, em refogados e para conferir acidez a alguns pratos, usando o método pinçage. Esta técnica de cozinha serve para caramelizar o tomate em gordura, para reduzir a acidez, doçura ou amargor excessivo. Em algumas preparações, o tomate é usado sem pele - e há um truque ótimo para retirar a pele do tomate em 5 minutinhos usando o micro-ondas!

Origem do tomate
E você sabe de onde é que vem o tomate? Todo mundo já pensa logo na Itália, mas foi aqui, na América do Sul, mais precisamente na região da Cordilheira dos Andes, que este fruto surgiu. Com a chegada dos europeus no século 16, o fruto foi levado para a Europa, e aperfeiçoado pelos italianos, que o batizaram como "pomodoro" (pomo de ouro, em italiano), por conta da coloração amarelada do fruto daquela época. Por aqui, os tipos mais comuns são:

Débora
Este tomate é muito usado para fazer molho caseiro e tomates secos. Tem consistência firme e dura bastante na geladeira. Cada tomate pesa em média de 120 a 200g.

Caqui
Este tomate é ideal para ser consumido ao natural, em saladas e sanduíches. Os frutos são bem graúdos - tem alguns que chegam a pesar 500g , de cor bem vermelha e sabor acentuado.

Cereja
Este tomate é bem pequeno, leve, de sabor suave e adocicado. Fica ótimo em saladas, servido in natura, , em sanduíches, em receitas de macarrão caprese, e até em decoração de pratos.

Italiano
Eles são mais compridinhos que os outros, e assim como o Débora, rendem bons molhos caseiros. As variedades mais comuns deste tomate são o Giuliana, Pizzadoro e San Vito.

Holandês
O tipo holandês é vendido em cachos com ramas verdes, e fica muito bonito para decorar mesas. Na hora de comprar, sempre escolha os tomates com os ramos mais verdinhos, que são os mais frescos.

Carmen
Este é o tipo mais encontrado em feiras e supermercados, e é o mais em conta  porém, tem sabor um tanto aguado, e sua coloração pende para o amarelo. Um bom uso para ele é in natura em saladas.

Mamotaro
Este é o tomate japonês, de produção limitada, que vai muito bem servido ao natural em saladas. Tem coloração rosada, consistência macia e sabor levemente adocicado.

Sweet Grape
Este é uma variação do tomate cereja, mais comprido e adocicado. Fica ótimo em preparações frias, como saladas, sanduíches e canapés.

Como comprar
Nunca compre tomates com manchas escuras, partes podres ou emboloradas. Nem compre os verdes, que amadurecem fora do pé, pois eles têm menos vitaminas que os maduros. Escolha sempre os bem vermelhinhos, firmes e com casca lisa.
Além disso, leve em conta, na hora de comprar, o modo como você pretende prepará-los: eles precisam ser bem maduros e vermelhos para dar cor e consistência a molhos, sopas, cremes e sucos, mas não há necessidade de que sejam grandes e bonitos.
Para isso, você pode aproveitar os tomates menores. Mas, se for usá-los em saladas, escolha tomates grandes, que não estejam machucados, de cor uniforme, lisos e brilhantes.

Como guardar
Lave e enxugue os tomates antes de guardá-los na gaveta da geladeira própria para legumes. Assim, eles não correm o risco de mofar e podem ser conservados em boas condições até por 1 semana. O tomate inteiro não deve ser congelado. Apenas o molho de tomate pode ir ao congelador.

Algumas dicas de uso do tomate
Tomate com um pouco de salsa é ótimo remédio para artrite. Para amenizar infecções nos rins, tome 1 ou 2 copos por dia de suco de tomate batido no liquidificador com 2 ou 3 talos de salsão. O tomate é também ótimo para eliminar verrugas e calos: Basta colocar um pedaço de tomate sobre o local, prender com uma gaze e deixar durante toda uma noite.
Para curar ressaca, use o suco de tomate com bastante limão e uma pitada de sal.
O suco de tomate também server para tirar tinta de escrever das mãos. Sementes de tomate são ótimas para limpar jóias de ouro. Ponha as sementes numa vasilha com água fria e mergulhe as jóias. Enxague e seque em seguida.

Em abril de 2011,  artigo publicado no jornal "Folha de São Paulo", caderno Saúde, sob o título:  "Composto extraído do tomate promete ação antitrombose".  Conta a reportagem que "um ingrediente extraído do tomate pode melhorar a circulação sanguínea e diminuir o risco de trombose.  Pelo menos, é o que promete a fabricante, a holandesa DSM, que acaba de trazer a novidade para o Brasil....Segundo Bernard Mussler, pesquisador da DSM, estudos com cerca de 300 pessoas comprovam a eficácia do composto, patenteado com o nome de Fruitflow.  A principal ação do ativo aconteceria na inibição da agregação plaquetária - etapa da coagulação do sangue." e afirma: "Inibir a agregação plaquetária é um mecanismo reconhecido para diminuir risco de doença cardiovascular."
Para o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital São Luiz, os estudos até agora não são conclusivos.  "Faltam informações sobre qual seria a molécula ativa e a dose ideal."
Enquanto os pesquisadores não concluem seus estudos a cerca dessas substâncias, vamos ingerindo quando possível o tomate in natura ou seus produtos, como molhos, sucos, polpas...Pois ninguém resiste a uma boa saladinha de tomate bem temperada, ou uma bela macarronada suculenta!!!


Fonte:
A responsabilidade científica desta informação é da Medicina e Saúde)

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