domingo, 25 de março de 2012

Cogumelos são deliciosos e fazem bem à saúde


COGUMELOS COMESTIVEIS E MEDICINAIS




 



Civilizações tão antigas como as dos egípcios e a dos chineses já conheciam os benefícios dos cogumelos.  Nas últimas décadas, o consumo de algumas variedades desse fungo passou a ser associado a alterações da consciência.  Mas centenas de estudos vieram comprovar que a grande maioria dos tipos de cogumelo só traz benefícios à saúde.  Hoje os supermercados já oferecem dezenas de espécies, com ações e propriedades surpreendentes para todo o organismo.  
Chineses e egípcios antigos já conheciam os benefícios terapêuticos do cogumelo.  Dizia-se que essa planta, sem raiz nem clorofila, "afinava o sangue", reduzia infecções e até agia como afrodisíaco.  Nos últimos dez anos, várias pesquisas estão confirmando essas crenças e já se sabe que há pelo menos 30 variedades de cogumelos que teriam benefícios medicinais.  Entre eles, os mais conhecidos, pesquisados e cultivados entre nós, são o Shiitake e o Agaricus blazei.  Mas atenção: há espécies de cogumelos que são venenosas; outras alucinógenas, e outras de sabor muito ruim.  Portanto, nada de sair procurando cogumelos silvestres.  Hoje, você pode encontrá-los e comprá-los com segurança em feiras e supermercados.
Carnudos, fritos, bem temperados com azeite, acompanhando carnes, peixes ou massas, ou simplesmente como aperitivo, os cogumelos são de dar água na boca.  São iguarias de paladar delicado que enriquecem qualquer prato e merecem ser degustadas vagarosamente.
Os cogumelos são plantas primitivas, classificadas como fungos, que não podem obter energia por meio de fotossíntese e, portanto, extraem seus nutrientes do húmus (tecido parcialmente decomposto de formas vegetais mais complexas).  Utilizados como alimentos em todas as eras e culturas, os cogumelos apresentam elevado valor protéico (19 - 35%) e baixo teor de gorduras.  Contém ainda grandes quantidades de carboidratos e fibras, variando de 51 - 88%  e de 4 - 20% (peso seco), respectivamente, para as principais espécies cultivadas.  Além disso, o alimento contém quantidades significativas de vitaminas, principalmente a tiamina, riboflavina, ácido ascórbico, vitamina D2 e, também, minerais.
Além de merecer aplausos pelo seu sabor e valor nutricional, muitas pesquisas têm revelado que o alimento contém substâncias capazes de prevenir e de reduzir o risco de certas doenças.  Estudos mostram que certos cogumelos podem agir sobre o sistema imunológico tanto de indivíduos saudáveis como enfermos, trazendo benefícios potenciais para doenças como câncer, cardiovasculares, infecções e doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide e o lúpus.  Por tudo isso, recentemente, os cogumelos têm se tornado atrativos na lista de alimentos funcionais*e como fonte para o desenvolvimento de medicamentos.  O cogumelo Agaricus blazei murill, por exemplo, tem sido tradicionalmente usado como fonte de alimento funcional no Brasil para a prevenção de câncer, diabetes, hiperlipidemias, arteriosclerose e hepatite crônica.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), alimentos funcionais são aqueles que produzem efeitos metabólicos ou fisiológicos através da atuação de um nutriente ou não nutriente no crescimento, desenvolvimento, manutenção e em outras funções normais do organismo humano.

De acordo com a ANVISA, o alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais, além de atuar em funções nutricionais básicas, irá desencadear efeitos benéficos à saúde e deverá ser também seguro para o consumo sem supervisão médica.

Atualmente, a partir de tantas descobertas a cerca do cogumelo, o número de cultivadores cresceu muito, o preço ficou acessível e podemos encontrar uma boa variedade e com bons preços.
Os japoneses foram os que mais pesquisaram os cogumelos e são eles os maiores consumidores e defensores dos seus benefícios.  Estima-se que já existam mais de 30 tipos de cogumelos catalogados como tendo propriedades terapêuticas.  As espécies mais consumidas, pesquisadas e conhecidas entre nós são o Shiitake, o Agaricus blazei e o Reishi.

Shiitake                                                                                       Reishi.
                          




 




                                                                                                                        

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                                                



Conhecendo suas Propriedades Terapêuticas

Há uma extensa literatura falando dos benefícios desses fungos, especialmente o Shiitake, o Lentinus edodes e o Agaricus.
O Shiitake também conhecido no Ocidente simplesmente como champignon, termo que também é empregado para designar todos os cogumelos comestíveis.  Essa espécie é citada pelos pesquisadores como capaz de reduzir o colesterol, ao lado de uma lista de alimentos que inclui a cevada, o farelo de arroz, a alga marinha, o leite magro e os chá, tanto verde como o preto.
Essa mesma capacidade também é atribuída ao cogumelo preto asiático, conhecido como moer ou "ouvido da árvore".  Essa variedade tem uma grande capacidade de "afinar o sangue", afastando coágulos.  Entre os orientais, esse cogumelo é conhecido como "tônico da longevidade".  Dale Hammerschmith, hematologista da Escola de Medicina de Minnesota, diz que chegou a observar mudanças importantes nas plaquetas do sangue depois de comer um prato desse cogumelo preto.
Segundo pesquisadores, esse champignon contém vários componentes que "afinam o sangue", inclusive a adenosina, presente também no alho, cebola. O médico Hammerschmith acredita que o grande consumo, pelos chineses, de alho e cebola, cogumelo preto e gengibre explica, em parte, os baixos índices de doenças coronarianas entre eles.
Mas, voltando ao Shiitake, é um dos cogumelos mais consumidos entre nós.  Sua principal propriedade é uma substância descoberta e batizada de lentinan, um "modificador para melhorar a resposta biológica".  Alguns estudos têm demonstrado que essa substância aumenta a atividade imunológica contra o câncer. O lentinan é capaz de estimular o funcionamento dos macrófagos, o que aumenta a produção de interleucina -1, uma substância que combate os tumores.  É também capaz de ampliar nas células sua atividade citotóxica, cuja função é a de destruir as células cancerígenas.  O cogumelo Shiitake ainda tem a capacidade de estimular a proliferação de linfócitos T, células auxiliares especiais de proteção, aumentando também a produção de interleucina-2.
Pesquisas realizadas por cientistas da Universidade de Medicina Smmelweis, em Budapeste, Hungria, também comprovam ser o lentinan capaz de modificar as células, aumentando sua resistência à colonização ou à disseminação de células pulmonares cancerosas.  Partindo dessa informação, o Shiitake pode ajudar o sistema imunológico a combater e prevenir o câncer.  Por conta do lentinan, outros estudos mostraram que o Shiitake é capaz de combater o vírus da gripe melhor do que uma droga antiviral e antigripal.
Tanto na medicina tradicional chinesa, como nos resultados de alguns estudos, o Shiitake aparece como sendo o tônico da longevidade, remédio para o coração, para o câncer, para a pressão arterial e para a redução de plaquetas sanguíneas aderentes.  Na China, o lentinan é usado no tratamento da leucemia.
Alguns estudos mostram também que cogumelos em geral, principalmente aqueles da variedade Agaricus blazei, auxiliam no controle da pressão arterial, do colesterol e da arteriosclerose pela sua riqueza em fibras e gorduras não saturadas.  A espécie blazei também é rica em vitaminas B1 e B2, além de apresentar grandes quantidades de ergosterol que pode ser convertido em vitamina D2.
A procura por substâncias ou métodos que aumentem ou potencializem o sistema imunológico de forma a induzir uma resistência sem causar efeitos colaterais deletérios ao organismo tem sido uma das mais importantes buscas da ciência na cura contra o câncer e outras doenças debilitantes.  Diante dos efeitos benéficos proporcionados pelos cogumelos, especialmente as espécies Lentinus edodes (Shiitake) e Agaricus blazei, evidencia-se a importância de mais pesquisas experimentais e clínicas com esses  alimentos, a fim de elucidar de forma mais precisa o papel desses cogumelos como agentes preventivos e curativos.


Fonte: "Alimentos Inteligentes" - Saiba como obter mais saúde por meio da alimentação
             Dra. Jocelem Mastrodi Salgado
             Pesquisadora e Profª Titular em Nutrição - Esalq - USP












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terça-feira, 6 de março de 2012

A Importância da SOJA na alimentação




A soja é um dos mais antigos produtos agrícolas que o homem conhece, e também quantos benefícios ela trouxe ao nosso País, em termos econômicos culturais e até populacionais.  Com o tempo e a evolução das economias regionais foram descobertos as inúmeras utilizações da soja.  Descobriu-se que a soja pode ser usada para a fabricação de tintas, vernizes, resinas, produtos farmacêuticos, essências, cosméticos e comestíveis.  Por ser um alimento completo, a soja, contribui perfeitamente com a redução dos índices de mortalidade por desnutrição.  Seu alto teor de ferro é ótimo para combater anemia, e, ainda, possui várias vantagens sobre a carne, tais como: não excita os centros nervosos e não aumenta a pressão sanguinea, além de ser utilizada em dietas restritivas e nos tratamentos que retardam o processo de envelhecimento.  Saiba que um quilo de soja possui a quantidade de proteínas suficiente para nutrir um adulto por uma semana.
Muitas pessoas não apreciam muito o sabor da soja, acham-na um pouco amarga.  Mas, aprendendo o modo correto de prepará-la e pensando nos benefícios que ela traz, certamente mudará seu ponto de vista.
De todas as substâncias necessárias ao desenvolvimento e manutenção do organismo humano - para as quais existem recomendações de ingestão diária - a soja contribui com proteínas e gorduras (energias); nove vitaminas essenciais e quatro minerais.
Uma tabela que estabeleça a recomendação de ingestão de nutrientes para homens e mulheres de 23 a 50 anos e de crianças de 7 a 10 anos, indicaria que a quantidade de 100 gramas de soja seria o suficiente para atender 75% das necessidades de proteínas para o homem, 95% para mulheres e 125% para crianças.
A mesma proporção de grãos, contribuiria com 100% das carências de tiamina (ou a Vitamina B1 que tem as seguintes funções no organismo: Importante para o bom funcionamento do sistema nervoso, dos músculos e do coraçãoAuxilia as células no metabolismo da glicose) para a mulher, 75% para o homem e 85% para criança.  Todavia, a importância da soja para a alimentação é mais do que isso, levando-se em conta a qualidade biológica das suas proteínas.
 As dietas ricas em fibras e com baixos teores de gorduras saturadas, aliadas a exercícios físicos e a um estilo de vida saudável, podem auxiliar no controle da obesidade e proteger contra doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e diabetes. A soja e seus derivados têm importante participação nesse quadro, pois são ricos em proteínas de alta qualidade, minerais (ferro, cálcio, fósforo, potássio...) e vitaminas do complexo B.
São inúmeras as pesquisas realizadas pela área médica no Japão, na China, nos Estados Unidos e na Europa que comprovam cientificamente os benefícios da soja na prevenção de doenças crônicas.


Veja como ela pode agir em nosso corpo:

  • Coração: a ingestão de proteína de soja reduz a taxa do mau colesterol (LDL). As gorduras predominantes no grão de soja são as poliinsaturadas e as monossaturadas, que não provocam obstrução de artérias.Os altos níveis de colesterol sanguíneo e do LDL-colesterol estão associados às doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e arteriosclerose.Pesquisas da American Heart Association - AHA (Associação Americana do Coração) têm demonstrado que a ingestão de proteínas de soja reduzem as taxas de LDL-colesterol.
    Pacientes acompanhados durante quatro semanas por médicos da AHA e que tiveram a adição de proteínas da soja nas suas dietas - sem outra alteração - apresentaram uma redução nos níveis de LDL-colesterol em torno de 30%.
    Assim, a introdução de pequena quantidade de proteína de soja na dieta diária (cerca de 20g que equivalem a 50g de grãos) é suficiente para deixar o nosso sangue e coração em forma.
  • Mama e próstata: os fitoestrógenos, substâncias químicas presentes na soja e semelhantes ao hormônio feminino, reduzem o risco de câncer de mama e de próstata. Os grãos de soja contém um composto singular denominado genisteína, também chamado de fitoestrógeno ou hormônio vegetal, que possui uma ação estrogênica moderada, a qual atua na prevenção de cânceres relacionados com o estrogênio. Pesquisas realizadas no Japão, nos Estados Unidos e na Europa têm mostrado que a ingestão diária de alimentos à base de soja como, por exemplo, o tofu (queijo de soja), missô, natto e tempe (especialidades da cozinha oriental) reduzem os riscos de cânceres de mama e de próstata em 50%. A soja e seus derivados também possuem uma ação preventiva quanto aos cânceres de cólon, reto, estômago e pulmão. Para que os tumores aumentem de tamanho, é necessário o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos. O bloqueio desse processo é visto como uma maneira potencialmente importante para controlar o câncer. A genisteína inibe a formação desses vasos e, conseqüentemente, o desenvolvimento dos tumores cancerígenos.
  • Ossos: os fitoestrógenos podem aliviar sintomas decorrentes da falta de hormônios na menopausa e retardar a osteoporose. Com o envelhecimento, a perda de cálcio aumenta numa taxa crescente, resultando na osteoporose. Na menopausa, esse processo se agrava com a deficiência hormonal ovariana. Devido à sua ação estrogênica, a genisteína da soja pode auxiliar a manter a estrutura óssea. Exames de densitometria óssea comprovam que o consumo de soja retarda a osteoporose decorrente da idade, como também reduz significativamente a perda óssea total.
  • Intestino e pâncreas: suas fibras ajudam no funcionamento do intestino e na redução dos níveis de glicose no sangue de diabéticos.
    O efeito anticarcinogênico da soja é atribuído aos inibidores da protease, porém as isoflavonas parecem ser os mais proeminentes anticarcinogênicos da soja. Os outros benefícios além dos correlacionados com a sua ação contra o câncer derivam principalmente da sua ação antioxidante, protegendo o organismo contra os danos celulares que levam ao envelhecimento. O teor de isoflavonas varia segundo a cor da soja, a parte morfológica da mesma (cotilédone, hipocotilédone e casca), a variedade (fatores genéticos) e as condições ambientais de cultivo (temperatura, umidade e solo).

    As fibras da soja exercem importante papel na regulação dos níveis de glicose no sangue, pois retardam a sua absorção. Essa redução na velocidade de absorção da glicose auxilia no controle da diabetes.
    Há evidências de que o consumo de soja tem um efeito positivo no controle de outras doenças como hipertensão, litíase (cálculos biliares) e doenças renais.


    Observação Importante: Mesmo diante dos benefícios apresentados, devemos sempre evitar o consumo excessivo da soja, pois há relatos de desconforto abdominal em alguns indivíduos, como estufamento, aumento da produção de gases e dores abdominais, entretanto esses sintomas são mais comuns quando os indivíduos apresentam um quadro de disbiose*. Entretanto, em alguns indivíduos não há necessidade nem de excesso do consumo, há indivíduos que possuem dificuldade em digerir a proteína da soja devido a uma reação de hipersensibilidade e por isto não devem ingerir a soja e seus derivados. Portanto, o nutricionista é o profissional capacitado a identificar este tipo de hipersensibilidade e estabelecer a melhor forma de consumo da soja e seus derivados como parte de uma alimentação nutricionalmente equilibrada.
    *disbiose é a designação dada ao desequilíbrio da flora intestinal, podendo ser considerada como um tipo de "alergia alimentar". 
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    Fonte: www.sojadobrasil.com.br
              www.sojamac.com.br/soja-benefícios
              www.cnpso.embrapa.br/producaosoja